segunda-feira, 11 de julho de 2016

Contra zika e insegurança, Hong Kong pede que atletas não façam sexo e proíbe saídas da Vila Olímpica

Não deixar a Vila Olímpica, não manter relações sexuais durante a viagem e dormir protegido por um mosquiteiro. Essas são algumas das recomendações que os 65 membros da delegação de Hong Kong - 33 atletas confirmados - receberam do governo local como parte da preparação prévia ao embarque para os Jogos Olímpicos.

Ao lado da segurança, a epidemia de zika no Brasil é grande preocupação da equipe, que participa de sua 16ª Olimpíada. Durante uma hora, atletas foram alertados por médicos e representantes do Comitê Olímpico local sobre riscos à saúde e prevenção contra violência no Rio.
Para Vivien Lau Chiang-chu, membro da delegação de Hong Kong desde 1992, ´os Jogos do Rio serão uma experiência totalmente diferente pelas razões erradas´. Vivien disse ter lido relatórios negativos sobre saúde e segurança, mas também sobre questões sociais. ´Parece que as condições são mesmo caóticas.´
Um documento detalhando os números da zika no Brasil, formas de transmissão e medidas preventivas foi distribuído aos atletas.
Nele, é recomendado evitar relações sexuais durante a viagem.
´Eles estão recomendando isso. Acho que eles preferem assim, seria mais seguro dessa forma´, diz Vivian Kong, 22 anos, atleta da esgrima que vai viajar acompanhada dos pais. Vivian já esteve no Brasil participando de testes das instalações olímpicas. ´Meus amigos brasileiros me disseram que as coisas não estão tão ruins assim. Meus pais estão muito entusiasmados e só um pouco preocupados.´
As medidas preventivas do governo de Hong Kong se estendem ao retorno dos atletas e turistas ao território. Para garantir que o vírus não seja importado, o Departamento de Saúde recomenda de 2 a 6 meses de abstinência sexual ou uso de preservativo. O período é maior para aqueles que tiverem diagnóstico positivo ou apresentarem sintomas de zika.
Segundo o chefe do Port Health Officer (centro focado na prevenção e controle de doenças), o médico Raymond Ho, Hong Kong segue as últimas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). ´A transmissão sexual do zika tem sido cada vez mais documentada´, resume.
A OMS publicou na última semana recomendações para viajantes com destino ao Brasil. Mulheres grávidas, por exemplo, são desaconselhadas de embarcar. O Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos afirma que ainda não há confirmação sobre mulheres também poderem infectar seus parceiros durante relações sexuais ou se o vírus pode ser transmitido pela saliva.
Hong Kong não teve nenhum caso de zika registrado até agora, mas 114 pessoas foram infectadas pela dengue no último ano. O Aedes aegypti não é encontrado no território chinês, mas outro mosquito similar, o Aedes albopictus, também é capaz de transmitir o vírus. É justamente no verão, que ocorre de junho a setembro no Hemisfério Norte, que se forma o cenário favorável para a proliferação de doenças que têm o mosquito como vetor - clima quente e úmido.
As notícias de atletas sendo assaltados na cidade sede dos Jogos cruzou o oceano e é algo impensável para os padrões locais.
Com 7,2 milhões de habitantes, Hong Kong é uma das cidades mais seguras do mundo. Em 2015, a polícia registrou 22 homicídios. Roubos e furtos também são raros.
Pela primeira vez em uma Olimpíada, atletas do território não estarão autorizados a deixar a Vila Olímpica. Qualquer saída ficará sujeita a aprovação especial. ´A delegação sugere que a gente não coma ou beba fora da Vila Olímpica. Por enquanto, não estou planejando ir a lugar nenhum fora, por causa da segurança. Espero que seja seguro o bastante ficar dentro da Vila.´ (BBC Brasil) 

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