domingo, 27 de dezembro de 2015

Faustão revela como mantém a liderança de audiência

Manter um programa na televisão por 27 anos é um desafio e tanto. Mas Fausto Silva mostra tanta segurança em suas palavras que faz a tarefa parecer bem simples. O apresentador, aos 65 anos, garante que não há acomodação em sua equipe e vê com naturalidade o espaço maior que as questões políticas brasileiras têm ganhado em seu Domingão do Faustão. "É importante sair de cima do muro, porque uma hora ele cai", analisa. Na entrevista a seguir, Fausto comenta o que faz para seguir na liderança da audiência nas tardes de domingo e como seu começo em rádio ajuda no trabalho na TV, além de outros assuntos.

Você está prestes a completar 27 anos no ar com o Domingão do Faustão e segue como líder na sua faixa de horário. A que atribui isso?
Um programa como o nosso precisa ter uma insatisfação permanente na equipe para, a partir dela, promover uma renovação constante. A gente às vezes acerta, em outras não, mas não dá para desanimar. Hoje fazemos uma matéria boa, amanhã nem tanto. Mas tem uma coisa: quanto mais você supera a qualidade do seu trabalho, maior vai ser a exigência sobre você. Com todo mundo é assim. E isso faz com que sempre procuremos melhorar.
Ultimamente, você tem aberto mais espaço para questionamentos políticos no Domingão. Por quê?
A gente sempre teve um pouco disso, até porque é um programa ao vivo e alguns assuntos surgem de maneira inesperada. Não dá para ser assim em todos os domingos, porque é um dia em que normalmente pegamos da transmissão do futebol e, se não for um papo bem dosado, pode ficar chato. Mas atualmente o país vive dilemas e você precisa se posicionar. É importante sair de cima do muro, porque uma hora ele cai.
A concorrência pela audiência aos domingos é cada vez mais intensa. Como vocês lidam com essa disputa?
É fundamental se preocupar com diversos tipos de público. É jovem, criança, adulto, idoso, qualquer um pode ligar a TV e assistir ao programa, então todos merecem atenção. O apresentador também precisa estar envolvido com a equipe toda. Não dá para se preocupar demais com o conteúdo e não participar das etapas com os colegas que fazem o programa.
Com a virada do ano, vocês já têm novidades programadas para 2016?
Temos, mas não funciona exatamente assim. A gente não fica aguardando um ano chegar para mostrar novidades. Nossa preocupação é manter uma transformação constante. O Iluminados vai voltar diferente e temos outros quadros que estrearão também, como o A Escolha da Galera, mas não quero anunciar nada porque ainda não sei se eles entrarão no ar a partir de janeiro ou fevereiro. O fato é que passamos o ano inteiro em busca de atrações para prender a atenção do público. Não esperamos virar o calendário.
Você começou a atuar como comunicador no rádio. De que forma isso o auxilia hoje?
Eu e o Sílvio Santos devemos ser os últimos que estão na TV e são da geração do rádio. Olha, é um veículo muito difícil, porque você precisa trabalhar com a imaginação das pessoas, já que não tem imagem. Mas, por outro lado, dá um jogo de cintura que faz com que a gente não dependa de texto próprio. Eu não uso ponto eletrônico, por exemplo. Facilita muito na hora de improvisar.
Cada vez mais cresce a oferta de serviços de TV on demand no Brasil. Como isso pode afetar programas como o seu?
Cada um tem um jeito de lidar com as inovações. Há anos falam que o rádio vai acabar e ele segue aí, com seus ouvintes. Quando as pessoas passaram a baixar músicas na internet, pensava-se que as gravadoras iam todas falir. A gente vai se adaptando às novidades e descobre que não é bem assim que funciona. O que já vem acontecendo em outros países é a TV aberta apostar mais em programas ao vivo. Acho que a TV vai se segmentar com essas novidades. E nem todo mundo é capaz de trabalhar bem dessa forma, então acho que será um período complicado para alguns profissionais.
O Domingão do Faustão se mudou do Rio de Janeiro para São Paulo. Que balanço você faz dessa mudança?
Está tudo bem nesse sentido. Eu sempre brinquei que praia de paulista é programa de auditório. É mais difícil para levar os artistas lá, mas não muda muito para a gente. Não afeta o conteúdo e nem a forma do programa.
De qualquer forma, algumas edições especiais são gravadas no Rio Como a entrega do Melhores do Ano. Por quê?
Depende do que precisamos. Nesse caso, por exemplo, houve uma intervenção do Ricardo Waddington (diretor de gênero da Globo) para que a gente conseguisse dois estúdios. Foi outra estrutura, o que beneficiou nossa logística. Além disso, tínhamos 50 convidados, a maioria deles moradores do Rio e no ar ou gravando alguma das novas produções da emissora. Nessas situações, é mais fácil concentrar tudo no Rio de Janeiro. (UOL)

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