Mais de 1,3 milhão de brasileiros deixaram de ter planos de
assistência médica entre março do ano passado e março deste ano, segundo
dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar ), sendo 617 mil
somente no primeiro trimestre deste ano. O subsegmento mais impactado
foi o de planos coletivos empresarias, devido ao fechamento de vagas
formais.
Após perder o emprego no ano passado, a produtora de eventos Erika
Freddo, 38 anos, ficou sem ter como pagar o plano de saúde dela e da
filha, Larissa, de 15 anos.
"O meu plano era pago integralmente pela empresa. Agora, estou
empregada novamente, mas não cobre plano e não tenho condições. Não
estou tranquila, mas como temos boa saúde, foco na fé", disse ela, que
nunca utilizou o SUS (Sistema Único de Saúde), mas tem medo de precisar
um dia.
"Nunca fui, mas se quebrar um pé, por exemplo, não vai ter jeito.
Agora, consultas médicas prefiro fazer em clínicas particulares com
preços populares, porque tem menos fila".
Em março deste ano, o setor registrou cerca de 48,8 milhões de
beneficiários em planos de assistência médica e 21,6 milhões em planos
exclusivamente odontológicos. No trimestre anterior, havia 49,4 milhões
de beneficiários em planos de assistência médica e 21,9 milhões em
planos de assistência odontológica.
Em março, o setor apresentou 1.320 operadoras com registro ativo,
sendo 1.125 com beneficiários. Em 2015, os planos de saúde
médico-hospitalares perderam 766 mil usuários em 2015, uma diminuição de
1,5%.
Apesar do cenário de saída dos beneficiários de seguros e planos de
saúde privados, a expectativa da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde
Suplementar), que representa as operadoras de planos e seguros de saúde,
é que antes do fim de 2016, o setor de saúde suplementar recupere as
perdas de beneficiários.
"Esse bem de consumo sempre foi altamente valorizado tanto pelos
trabalhadores, que usufruem um serviço essencial, quanto empregadores,
por ser um benefício importante para a retenção de talentos e o aumento
da produtividade. Mas, apesar do panorama atual, há forte expectativa
quanto à recuperação da economia ainda ao longo deste ano, o que
certamente reverterá essa queda na adesão aos planos", diz Solange
Beatriz Palheiro Mendes, presidenta da FenaSaúde.
Esses e outros dados estão na nova ferramenta da ANS, que permite o
acesso a informações relacionadas à saúde suplementar, de forma
interativa.
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