quarta-feira, 4 de maio de 2016

Felicidade sexual

Por Regina Navarro Lins
Penso que o pré-requisito básico para haver uma relação sexual satisfatória é a ausência de repressão, vergonha ou medo. Na sociedade moralista em que vivemos, uma sexualidade plena e satisfatória é muito rara, só se observando em alguns poucos casos.

Fala-se muito de sexo e por isso se imagina que ele é livre, vivido como algo bom e natural. Mas não é verdade. Um bom exemplo é como desde cedo as crianças aprendem a xingar.
Toda ofensa ou manifestação de raiva é ligada a sexo. Não existindo nenhum palavrão sem conotação sexual, é impossível não associar sexo a alguma coisa ruim, vergonhosa.
Homens e mulheres fazem sexo em menor quantidade do que necessitam e com muito menos qualidade do que poderiam, se frustrando durante sua própria realização. Poucos partem para o sexo livremente, dispostos a obter e proporcionar prazer.
Um bom sexo implica não ter vergonha, não reprimir os desejos, perceber o outro e prolongar o ato sem pressa alguma de chegar ao orgasmo. Cada movimento produz sensações e emoções variadas, que vão se ligando aos movimentos do outro e produzindo novas sensações.
O ato sexual pode ser uma comunicação profunda entre duas pessoas, e para isso é importante que não se tenha nada planejado, sendo criação contínua em que nada se repete.
Agora, acredito que a felicidade sexual mesmo só é alcançada quando o outro nos possibilita experimentar sensações de prazer que nunca imaginamos existirem. 
Psicanalista e escritora, autora de 11 livros sobre relacionamento amoroso e sexual, entre eles o best seller “A Cama na Varanda” e “O Livro do Amor”. Atende em consultório particular há 42 anos e realiza palestras por todo o Brasil. É consultora e participante do programa “Amor & Sexo”, da TV Globo, e apresenta o quadro semanal Sexo em Pauta, no programa Em Pauta, da Globonews. Nasceu e vive no Rio de Janeiro.

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