Por *José de Castro
Ao longe, ouço a voz das montanhas
a reverberar para além de horizontes de espanto.
E me aninho nas lembranças
a reverberar para além de horizontes de espanto.
E me aninho nas lembranças
daqueles tempos em que tudo parecia mágico.
Vou tecendo as distâncias em veludos de ausência
e alongando os olhos no tempo da espera.
Cetins de silêncio se abrem em saudades azuis.
O tempo brinca de esconde-esconde
nas veredas distantes do sem fim.
E eu conto as estrelas como se fossem bichinhos de estimação.
Teus lábios eram macios como a pétala da açucena.
E eu fico relembrando a doçura do teu beijo,
perfumado de verbenas e alecrim.
E me perco no entrançado das recordações.
Uma lua redonda parece zombar de mim.
Então, crio asas de sonho e voo por sobre o abismo de nós dois.
E escrevo o teu nome na mais alta montanha,
pois as montanhas são eternas,
como eterno e sagrado é o amor que sinto por ti.
Agora, outra vez, ouço a voz das montanhas,
um eco distante se alongando nas campinas do bem-querer.
A brisa segreda em meu ouvido
que esperanças são tranças boas de se fiar.
Ou seriam, apenas, gaiolas de ouro a nos aprisionar?
Ninguém ousa uma resposta, e o tempo se congela.
Asas de solidão se abrem de par em par.
O meu canto é de pássaro ferido
longe do ninho que eras tu, meu único lar.
*José de Castro, jornalista, escritor, poeta. Autor de livros infantis. Membro da SPVA/RN e da UBE/RN. Membro da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil – ALACIB, Mariana/MG. Contato: josedecastro9@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário