domingo, 28 de fevereiro de 2016

Crise faz brasileiro deixar de pagar contas de luz, água e telefone

"Não é só banco e loja que estão deixando de ter o seu dinheiro de volta", afirmou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Em janeiro, o número de contas inadimplentes de água e luz aumentou 17,01% na região Sul e 13,03% no Centro-Oeste em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto a inadimplência média (que inclui também pendências com comércio, bancos e serviços de comunicação) cresceu cerca de 6% no mesmo período.

Já nas regiões Norte e Nordeste, os maiores avanços do calote em janeiro na comparação anual foram registrados em serviços de comunicação. No Norte, foi de 9,89%, ante uma inadimplência média de 6,53% no período, e, no Nordeste, de 12,39%, enquanto o calote médio da região aumentou 8,43%. A região Sudeste está fora das estatísticas de inadimplência por causa das mudanças na lei de negativação vigente no Estado de São Paulo, o que pode distorcer a base de comparação.
"A inadimplência tem se colocado na vida dos brasileiros de forma tão abrangente que até as contas mais essenciais estão deixando de ser pagas", observou Marcela. Ela ponderou, no entanto, que as pendências com bancos respondem pela maior parte das dívidas em atraso, entre 30% e 40%, dependendo da região. Mas o avanço do calote em contas básicas é, na opinião da economista, um sinal de alerta sobre a extensão e a gravidade da crise.
Sem revelar os números, Luis Carlos Bento, presidente da Intervalor, empresa de cobrança que tem boa parte da carteira nos segmento de telefonia e TV por assinatura, confirmou que houve aumento expressivo na inadimplência. Segundo ele, o principal motivo alegado pelo consumidor é o desemprego. "A grande preocupação das empresas é não perder o cliente que ficou inadimplente, por isso elas estão mais flexíveis na renegociação", disse. "Essa crise está na população, as outras estavam no mercado financeiro.

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