sábado, 26 de setembro de 2015

Duas novas drogas surpreendem no tratamento contra o câncer

O tratamento de pacientes com câncer avançado no rim pode ganhar dois novos aliados. A boa notícia chega pelo trabalho de pesquisadores dos Estados Unidos, segundo divulgou o jornal The New York Times, ontem. Só neste ano, o câncer de rim deve matar mais de 14 mil pessoas apenas em solo norte-americano, segundo a American Cancer Society.

Em um dos estudos, pacientes com câncer renal avançado receberam a droga nivolumab, cujo nome comercial é Opdivo, e viveram por mais tempo do que os doentes que receberam o tratamento habitual com a droga everolimus, vendida por Afinitor . Ao todo, foram 821 pacientes participantes.
Por isso, a pesquisa comparativa teve até de ser interrompida para que os pacientes do grupo de comparação passassem a ser medicados com o nivolumab. O tempo médio de sobrevida dos pacientes tratados com nivolumab foi de 25 meses, contra 19,6 entre aqueles que receberam everolimus.
O segundo teste comparativo com o everolimus foi feito com a droga cabozantinib - de nome comercial Cometriq - e, mais uma vez, o novo medicamento se mostrou mais eficaz para retardar o crescimento do tumor no rim. O tempo médio de estagnação do tumor foi de 7,4 meses para a nova droga e de 3,8 meses para o everolimus.
Mas, ainda não se sabe se o cabozantinib, de fato, é capaz de prolongar a sobrevida dos pacientes, já que o estudo, feito com 658 doentes, também foi interrompido. As pesquisas foram financiadas pelos fabricantes das drogas: Bristol-Myers Squibb, produtora do nivolumab, e Exelixis, que fabrica o cabozantinib. As duas drogas já estão no mercado estadunidense.
Um dos líderes dos estudos, o médico Robert J. Motzer, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, considerou os resultados alcançados com o nivolumab um grande avanço com potencial impacto global no tratamento de câncer renal avançado. Os estudos foram apresentados ontem, em Viena, na Áustria.
O editorial do New England Journal of Medicine, que publicou dados das pesquisas, destaca que o nivolumab traz, certamente, um fôlego de esperança para os milhares de pacientes com doença, cujo tratamento, desde 2005, já foi turbinado com 7 novas drogas. Mas, a resposta ao tratamento ainda está longe de abranger metade dos pacientes com câncer avançado no rim. O percentual de pacientes que respondem ao tratamento com nivolumab está entre 20% a 25%. Já o percentual de doentes que reagiram positivamente ao cabozantinib foi de 21%, contra 5% para o everolimus. 

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