Falando em uma audiência tensa na Comissão de Assuntos Econômicas (CAE) do Senado que durou mais de cinco horas, Barbosa admitiu que o Ministério da Fazenda está analisando a tributação sobre heranças, explicando que esse tipo de cobrança é adotada por vários países e que é menos complicada que a taxação sobre grandes fortunas.
"Tributos sobre grandes fortunas poderiam gerar movimentos especulativos", disse. A respeito da recente escalada do dólar, o ministro do Planejamento afirmou que a situação do câmbio no Brasil não é de descontrole.
Segundo Barbosa, a moeda norte-americana se estabilizará em patamar mais elevado.
"Não é uma situação de câmbio fora de controle. É realinhamento da taxa de câmbio a novas condições internas e externas", disse ele, acrescentando que a alta da divisa norte-americana é mundial e também advém da desvalorização das commodities.
Sobre o futuro do programa de swaps cambiais, Barbosa disse que a decisão sobre os leilões cabe ao Banco Central "até para não gerar ruído".
Ele disse que o programa tem custo e que essa despesa é transparente, mas só conhecida após a flutuação cambial. "Não há como prever antecipadamente o custo do swap." O ministro afirmou que as variações cambiais têm efeito na inflação, mas reforçou que a tendência é de desaceleração na alta dos preços em 2016.
"O câmbio é flutuante e muda de patamar e nessa mudança cria efeitos temporários sobre a inflação".
Expondo mais uma vez o plano do governo de reequilíbrio das contas públicas, o ministro procurou transmitir mensagem de otimismo em meio a uma série de indicadores desfavoráveis e fatos políticos negativos, enfatizando que o ajuste fiscal é necessário para a recuperação da economia.
"Nesse momento temos adotado medidas que podem ter impacto restritivo na economia, mas são necessárias para o crescimento", disse Barbosa, acrescentando que o governo trabalha para antecipar a recuperação para o terceiro trimestre do ano.
Durante a audiência, vários senadores da oposição cobraram explicações do governo sobre o ajuste fiscal citando, como fez o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), usando a expressão de estelionato eleitoral.
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