Por *Míriam Leitão
Com a queda da confiança e a baixa dos investimentos, a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) divulgou que no mês de janeiro o setor empregou 12 mil pessoas a menos, quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu para 69,8%, mostrando que há forte ociosidade na parque produtivo. A carteira de pedidos recuou 6,3%, em relação a janeiro de 2014, e chegou ao nivel mais baixo desde 2008.
Mesmo com a valorização do dólar, as exportações caíram 31% sobre janeiro de 2014. Segundo o diretor de competitividade da Abimaq, Mário Bernardine, a volatilidade do dólar frente o real prejudica as exportações, mesmo que o real fique mais fraco. Além disso, o diretor explica que o dólar se fortaleceu no mundo inteiro. Ou seja, além do Brasil, outros países exportadores ganharam o mesmo impulso cambial.
- Quando eu fecho uma encomenda de venda, eu só vou receber do comprador daqui a seis meses, por exemplo. Então se o câmbio hoje é R$ 2,85, eu preciso levar em conta que, com a volatilidade, o dólar pode estar em R$ 2,60. O meu câmbio de exportação é sempre mais baixo do que a cotação oficial. Já com a importação é o contrário, eu tenho que pensar no dólar mais forte. A volatilidade atrapalha nas duas pontas - explicou.
Para Bernardine, depois do câmbio estabilizar, ainda é preciso esperar cerca de dois anos para que os efeitos nas exportações apareçam. Os setores precisam voltar a participar de feiras internacionais para apresentar seus produtos, ganhar a confiança dos compradores, para só então conseguir fechar contratos de exportação em larga escala.
*Jornalista
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