Brasil e os Estados Unidos assinaram na manhã desta quarta, dia 1º,
no país americano, o acordo que encerra disputa sobre o algodão. No
contrato, ficou firmado que os EUA pagará US$ 300 milhões, no prazo de
21 dias, para o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA).
Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
Neri Geller, o valor será pago em parcela única ao instituto. Geller
afirma que o acordo foi positivo para os dois países e acaba com uma
briga de mais de 10 anos. Ele salienta que o recurso será destinado para
melhorias ao setor do algodão.
– Esse recurso será destinado a investimentos em tecnologia, a
produção comercial no mercado interno e externo, pesquisa e extensão,
infraestrutura como armazenagem e logística. O Brasil teve um ganho
extraordinário com esse acordo – reforça o ministro.
No acordo, o Brasil se comprometeu a não recorrer à Organização
Mundial do Comércio (OMC) novamente no caso do algodão até 2018, quando
acaba a atual lei agrícola norte americana (Farm Bill).
Disputa
A disputa envolvendo a produção de algodão foi levada à OMC em 2002
pelo governo brasileiro, que acusava o governo americano de adotar
práticas que favoreciam seus produtores.
A OMC determinou que os subsídios eram ilegais e, em 2009, autorizou o
Brasil a retaliar os Estados Unidos em US$ 829 milhões por ano, o que
pode ser feito elevando tarifas comerciais de produtos advindos do país.
Para evitar a retaliação, os Estados Unidos se comprometeram a pagar
US$ 147,4 milhões por ano aos produtores brasileiros, como compensação
pelos subsídios pagos aos cotonicultores americanos.
Em 2010, foi fundado o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), para
gerir esses recursos e promover o fortalecimento da produção no Brasil.
Em outubro do ano passado, porém, os Estados Unidos interromperam o pagamento.
Desde então, os dois países vinham buscando uma solução que evitasse
que o plano de retaliação brasileira fosse colocado em prática.
A Câmara de Comércio pretendia elevar em até 100% o imposto de importação de uma lista de mais de cem produtos americanos.
O governo também analisava quebrar patentes de medicamentos,
sementes, defensivos agrícolas e até mesmo obras artísticas, como
livros, músicas e filmes.
O novo acordo firmado nesta quarta-feira não só evita as penalizações
como também novas regras para que o IBA possa usar os recursos
repassados.
Fonte: http://www.marceloabdon.com.br/
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