sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Concurso premia fotos de moradores sobre esporte nas favelas

Romper com esterótipos e estigmas sobre a favela é um objetivo compartilhado pelos três primeiros colocados do concurso fotográfico Jogos Olímpicos Cotidianos, O Esporte nas Favelas, que esperam que suas fotos ajudem a divulgar um novo olhar sobre esses territórios.

Moradores de comunidades do Rio de Janeiro, Hugo de Lima Oliveira, Edwalbert Casas Novas e Igor Alves de Albuquerque foram premiados hoje (11) na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, bairro nobre da zona sul da cidade. A premiação faz parte de uma parceria entre a empresa Omega, cronometrista oficial dos Jogos Rio 2016, e a organização não-governamental Viva Rio.
A foto de uma jovem ginasta ensaiando com sua fita e a favela como pano de fundo foi a vencedora do concurso. O autor da foto, Hugo de Lima Oliveira, 22 anos, mora no Complexo do Alemão, zona norte, e torce para que o Jogos Olímpicos sirvam de oportunidade para que os turistas visitem e conheçam as favelas.
´É uma alternativa para as pessoas de fora conhecerem o que é realmente a favela, como funciona, pois o que mostram nos jornais é totalmente diferente. Quem for vai se apaixonar e ter uma outra visão.´.
Com o kit fotográfico profissional que ganhou pelo primeiro lugar, Oliveira quer alçar novos voos. Para tirar a foto vencedora, o jovem pegou a câmera emprestada do primo, Yuri Sodré de Lima, 18 anos. ´Tinha feito curso de fotografia e tudo o que aprendi passei para ele. Dei um empurrãozinho para ele ganhar o prêmio´, brincou o primo.
O diretor executivo da ONG Viva Rio, Rubem César Fernandes, contou que o concurso foi o último de 12 projetos, um para cada mês do ano, que se basearam no ciclo da vida, começando da primeira infância e terminando na fase jovem. ´A primeira ação foi a criação de uma brinquedoteca no Morro do Chapadão [zona norte]. Todos os projetos duradouros´, comentou.
O gerente da marca Omega no Brasil, Rodrigo Ortiz, considerou a parceria inovadora por romper com a tradição da empresa de instalar um relógio na cidade-sede dos Jogos para cronometrar os 12 meses anteriores ao dia da abertura. ´O objetivo foi deixar um legado para a cidade. Investimos na infraestrutura desses projetos, o que vai permitir que eles continuem depois dos Jogos. Para o Rio de Janeiro, essa estratégia fez todo o sentido, pois é uma cidade maravilhosa, que ao mesmo tempo tem necessidades sociais.´ (Agência Brasil) 

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