quarta-feira, 8 de abril de 2015

Engordar o boi em real e vender em dólar está sendo um bom negócio

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 Criadores e frigoríficos de GO que exportam bovinos comemoram. O mesmo acontece com o mercado de suínos e aves em SC.
No ano passado o Estado negociou com o mercado internacional, aproximadamente 550 milhões de dólares em carne de porco. Quando se fala em aves, o número é ainda maior, um valor estimado em um bilhão de dólares. Com o dólar em alta, os reflexos nas exportações também aparecem.

Para um dos maiores frigoríficos de Santa Catarina, em Chapecó as vendas para o mercado internacional representam 50% das aves abatidas e 18% dos suínos. Com a alta no dólar, a renda também cresceu uma média de 12 a 15% sobre a tonelada exportada, somente no primeiro trimestre de 2015.
Apesar do faturamento maior, o vice-presidente do frigorífico  alerta: o dólar em alta também teve impacto nos insumos.
“Isso vai encarecer a produção do grão, que por sua vez vai encarecer a produção das carnes, então é uma cadeia que precisa ser analisada no seu todo”, alerta Neivor Canton.
O mercado da carne bovina também se beneficiou da alta do dólar. A indústria de Goianira, região central de Goiás, exporta para 50 países de todos os continentes.
A ordem é aproveitar ao máximo a capacidade de produção com o abate de 500 animais por dia, 40% dessa carne vai para o mercado internacional, a diferença entre o dólar e o real está sendo um bom negócio.
Em março do ano passado o dólar estava cotado a R$ 2,26 e a arroba do boi a R$ 116,49. Em março deste ano, o dólar passou dos três reais (R$ 3,20) e arroba, em Goiás, chegou a R$ 141,61. 
"Esse aumento está dando em torno de 30% a mais em faturamento em reais”, comenta Jorge Jonas Zabrockis, dono do frigorífico.
No primeiro trimestre de 2014 o frigorífico teve um faturamento de R$ 21 milhões com a exportação de carne. Este ano vendeu nos três primeiros meses R$ 40 milhões.
Pecuaristas e confinadores que engordam boi rastreado para exportação também estão sentindo os reflexos deste comportamento do mercado internacional.
O pecuarista Thiago Ávila conta que todos os anos o confinamento é fechado em dezembro, por causa da recuperação dos pastos, e só  é reaberto em maio do ano seguinte. Dessa vez foi diferente, com a valorização do boi compensou manter os animais fechados. "Essa margem histórica nunca existiu no sistema de confinamento. Foi isso que estimulou o pecuarista a seguir com o confinamento o ano todo”, diz o pecuarista.

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